A sensação prazerosa que sentimos ao ouvirmos música está associada
diretamente com a liberação de dopamina no cérebro, o mesmo
neurotransmissor relacionado ao prazer da alimentação, drogas ou
dinheiro.
Segundo uma pesquisa divulgada na revista científica Nature
Neuroscience, a dopamina age em nosso corpo reforçando alguns dos nossos
comportamentos mais importantes para que assim garantam a nossa
sobrevivência, como a alimentação e o sexo, ou pode ainda desempenhar um
papel na motivação (recompensa por um esforço ou risco, como em apostas
ou uso de drogas), o que não se sabia, no entanto, era como a
substância poderia estar envolvida no prazer abstrato, como ouvir
música.
Para a pesquisa, foram selecionados dez voluntários, com idades entre 19
a 24 anos, dentre uma lista de 217 que responderam a um anúncio
solicitando pessoas que sentiam sinais de extremo prazer ao escutar
música, através de aparelhos de diagnóstico por imagens, os cientistas
da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, mediram a liberação de
dopamina e a atividade do cérebro, ao mesmo tempo que sensores
informavam a frequência cardíaca e respiratória dos voluntários, sua
temperatura ou sinais de estremecimento de prazer no nível da pele.
Após os testes, os resultados indicaram que a dopamina é liberada antes
mesmo do prazer associado à música ouvida, e durante o próprio pico de
prazer, ou seja, no auge emocional, na realidade tratam-se de dois
processos fisiológicos distintos que envolvem diferentes regiões do
cérebro, durante o auge do prazer é ativado o núcleo "accumbens",
envolvido na euforia produzida pela ingestão de psicoestimulantes (como a
cocaína), antes, no prazer por antecipação, a atividade da dopamina é
observada em outra área do cérebro.
Como o esperado, a quantidade de liberação de dopamina no cérebro do
indivíduo varia conforme a intensidade da emoção e do prazer que a
pessoa está sentindo, em comparação com as medições realizadas ao
escutar uma música "neutra" (indiferente aos voluntários).
O estudo ainda nos permite entender o porque da música ser tão
explorada e de uma forma bastante eficiente por boa parte da indústria
da publicidade e propaganda, ou até mesmo em filmes para induzir estados
de humor, como um prazer abstrato, a música contribuiria, graças à
dopamina, para um fortalecimento das emoções, ao estimular noções de
espera (da próxima nota, de um ritmo preferido), de surpresa e de
expectativa.
Então meu amigo, relaxa ai e coloque seu cd do Cazuza para tocar!
Fonte: Minilua