12 anos sem Joey Ramone



 Há exatos 12 anos, morria Joey Ramone, vocalista dos Ramones – banda novaiorquina que criou, na metade dos anos 70, um dos estilos mais radicais do rock, o punk. Nascido Jeffrey Hyman, o cantor faleceu na tarde de 15 de abril de 2001, quando dormia, cercado por familiares e amigos. Enquanto no quarto tocava “In a Little While”, do U2, Joey (49 anos) foi finalmente derrotado por um linfoma, tipo de câncer contra o qual lutava desde a metade dos anos 90 e que foi um dos motivos que causaram o fim dos Ramones, em 1996.

Fisicamente esquisito nos seus dois metros de altura, diagnosticado já na adolescência com transtorno obsessivo-compulsivo, usando sempre óculos de lentes do tipo “fundo de garrafa”, Joey era o avesso do que geralmente se espera de um rock star. “Um gentleman, quem diria, por baixo daquela cabeleira toda”, escreveu em 1991 o jornalista André Forastieri em uma reportagem sobre o cantor na finada revista Bizz.

“Era um cara muito simples, bem educado, falava com todo mundo, não demonstrava nenhuma afetação ou ar de superioridade. Tudo que se espera de um verdadeiro punk”, definiu por e-mail o também jornalista André Barcinski que, entre outros encontros, entrevistou o cantor no apartamento dele em Nova York para o livro “Barulho”, lançado no início dos anos 90.

Origens

Fã de grupos clássicos como Beatles, Rolling Stones e The Who e de outras lendas do underground como Stooges e New York Dolls, Joey deu o ponta-pé inicial na sua carreira como vocalista da obscura banda de glam rock Sniper, da qual ele logo foi chutado por ser considerado feio demais.




Já o início da banda que o tornou famoso se deu em 1974, no bairro do Queens, em Nova York. Inicialmente, o grupo era um trio formado por Johnny na guitarra, Dee Dee no baixo e vocal e Joey na bateria. Mas, logo nos primeiros ensaios o empresário da banda Thomas Erdelyi percebeu a falta de aptidão de Joey com as baquetas e convenceu-o a assumir os vocais, enquanto também tentava conseguir um novo baterista para a banda. Como ninguém apareceu, o próprio empresário ficou com o posto: adotou o apelido de Tommy e, como os demais músicos da banda, assumiu o sobrenome Ramone.

Nascia assim a formação clássica dos Ramones e o que veio depois disso todo mundo que se interessa por rock já conhece. Com o álbum de estreia, lançado em 1976 e que trazia apenas o nome da banda e 14 faixas espremidas em apenas 29 minutos, o grupo inaugurou o punk rock e influenciou toda uma cena musical que, mais do que nos Estados Unidos, fez explodir um barril de pólvora na Inglaterra e inspirou o surgimento imediato de grupos como os Sex Pistols, The Clash e Buzzcocks, que imitavam os ídolos novaiorquinos na música e nas roupas.

Na sequência do primeiro disco, em 1977 os Ramones lançaram também os álbuns “Leave Home” e “Rocket to Rússia” (este considerado por muitos a obra-prima da banda). No ano seguinte, já com o baterista Marky, o grupo lançou “Road to Ruin”, disco que encerra a fase áurea do grupo, que depois disso viu seus membros se afundarem cada vez mais em problemas com drogas e álcool, ao mesmo tempo em que o relacionamento entre eles começava a ficar cada vez mais hostil – o que pode ser visto no documentário “End of The Century: the story of the Ramones (direção de Michael Gramaglia e Jim Fields, de 2003).

Mesmo com todos os problemas, o grupo manteve uma produção intensa até o fim da carreira. Foram 14 discos de estúdio, quatro álbuns ao vivo e 2.263 apresentações nos 22 anos que duraram os Ramones.

Carreira solo

Contrariando o que os próprios colegas dos Ramones consideravam um caminho natural, Joey nunca arriscou um vôo solo enquanto a banda existiu. Mas, várias vezes ele esteve perto disso, principalmente no começo da década de 1980, quando o clima dentro do grupo, que já não era bom, azedou de vez.

Joey Ramone e o guitarrista Johnny eram duas personalidades opostas tendo que se aturar diariamente. O cantor, com ideologias políticas esquerdistas; o guitarrista, um defensor extremo da direita e das políticas dos presidentes estadunidenses Richard Nixon, Ronald Reagan e dos Bush pai e filho. Artisticamente, Joey era a favor de algumas mudanças na direção da banda; enquanto Johnny, que comandava com mãos de ferro o grupo, fazia de tudo para que os Ramones repetissem sempre a mesma sonoridade dos primeiros discos.

A rivalidade entre Joey e Johnny se acentuou em 1979, durante as gravações do álbum “End of The Century”. Desde o início do trabalho o guitarrista não escondeu a antipatia pelo famoso produtor Phil Spector, o qual deu especial atenção a Joey, impressionado pelas qualidades vocais do cantor.

Se estivesse à espera de um bom motivo para abandonar o grupo, Joey o teve em 1981, quando Johnny “roubou” e depois se casou com Linda, a então namorada do cantor. O episódio rompeu definitivamente qualquer laço de amizade que ainda existia entre o cantor e o guitarrista, que se conviveram dentro dos Ramones ainda por longos 15 anos. Depois do fim da banda, os dois nunca mais se falaram.

Se optou por permanecer na banda, contudo Joey não se privou de fazer participações especiais em discos de diversas outras bandas. O mais inusitado foi um projeto de 1994, Sibling Rivalry, que o vocalista montou com o irmão Mickey e resultou no lançamento de um EP com três músicas. Em 1999, também produziu o EP “She Talks to Rainbows”, de Ronnie Spector.

Disco solo

Encerrada a carreira dos Ramones, Joey finalmente se dedicou ao primeiro disco solo. As gravações foram complicadas, uma vez que os dias no estúdio eram intercalados com as constantes internações que cantor era submetido para tratar da saúde, já bastante debilitada pela doença que o matou. Joey morreu antes do lançamento de “Don’t Worry About Me”, o disco solo que chegou ao mercado em 2002.

Com 11 faixas, o álbum manteve a pegada ramoníaca, ou seja, as guitarras distorcidas e a economia de acordes. O que chamou a atenção foram algumas letras, que expressavam um lado mais espiritual de Joey, provavelmente reflexo da percepção de que a vida lhe escapava mais e mais a cada dia. É o caso de músicas como “Stop Thinking About It”, “Venting (Is a Different World Today)” e “Searching for Something”, além do cover “What a Wonderful World”, clássico de Louis Armstrong.

Joey também fez questão de transformar em música a sua luta contra o câncer na faixa “I Got Knocked Down (But I’ll Get Up)” «Sentado na cama do hospital / Eu quero a minha vida / Isso é um saco / Frustração passando pela minha cabeça / Desligo a televisão, tomo alguns remédios e então posso esquecer / Eu fui nocauteado / Mas vou me levantar». Logo após o lançamento de “Don’t Worry About Me” começaram a pipocar aqui e ali rumores de que Joey teria deixado gravadas as vozes para canções que poderiam resultar em segundo álbum solo do cantor, o que de fato acabou se confirmando. Porém, dez anos após a morte do cantor, a maioria dessas canções ainda permanece guardada a sete chaves. Entre os fãs e pessoas que eram próximas a Joey, circula a informação de que a demora em lançar esse disco se deve a brigas sobre os direitos das gravações.

Contudo, no início deste ano o irmão de Joey teria anunciado que essas pendengas foram resolvidas e que o disco, ainda sem nome, será lançado em 2011. Ao todo, serão 16 canções e existe ainda a possibilidade do material vir acompanhado de um DVD. O disco está sendo produzido por Ed Stasium, que trabalhou com os Ramones, e conta com diversas participações especiais, entre elas de Richie Ramone, que foi o baterista do grupo entre 1983 e 1987.

Homenagens

Enquanto os fãs aguardam ansiosamente o lançamento do segundo disco do cantor, a fama dos Ramones não para de crescer ao redor do mundo. Praticamente renegados pela indústria musical, pelas rádios e pela MTV enquanto existiram, os Ramones hoje são reconhecidos como uma das mais influentes bandas de rock de todos os tempos. Provas disso são a inclusão em 2002 dos Ramones na Galeria da Fama do Rock and Roll e a homenagem feita à banda no Grammy deste ano. Joey Ramone, em especial, também não é esquecido. Em 2003, o vocalista virou nome de rua em Nova York. O “Joey Ramone Place” fica na East 2nd Street, próximo ao moquifo onde os Ramones realizaram seus primeiros shows, o hoje lendário CBGB. Além disso, desde 2001 é realizado anualmente o Joey Ramone Bash, evento que reúne artistas e amigos que promovem um show em memória do pioneiro do punk rock.

No Brasil, o cantor também é sempre lembrado. No ano passado, o irmão do cantor e o baterista Richie estiveram se apresentando no Brasil, oportunidade em que inauguraram a loja Joey Ramone Place, no Rio de Janeiro.

Em Curitiba, no próximo dia 19 de maio (data em que Joey completaria 60 anos) acontece a segunda edição do Ramones Day. O evento – que foi realizado pela primeira vez em 2009 para marcar os 15 anos da histórica apresentação da banda diante de 30 mil fãs na capital paranaense – terá exposição e venda de memoriabília dos Ramones e shows de tributo.

Uma das bandas a se apresentar é a curitibana Magaivers. Segundo o vocalista Rodrigo Porco, o grupo novaiorquino sempre será lembrado. “Os Ramones foram uma combinação improvável de quatro pessoas muito diferentes e que tinha tudo para dar errado. No entanto, eles transformaram a música”, define. Nos próximos dias a banda Magaivers estará disponibilizando para download gratuito 15 versões de canções dos Ramones, uma seleção do que o grupo apresenta uma vez por mês na noite curitibana, em show tributo aos Ramones.

E se estivesse vivo?

Quando um artista morre de forma precoce, é comum os fãs se perguntarem: se estivesse vivo, o que ele estaria fazendo hoje?

“Ele sempre foi ligado em bandas novas e tinha um gosto musical diversificado. Eu acho que ele estaria experimentando com outros gêneros, quem sabe fazendo algum projeto de country ou cantando baladas. O cara gostava de vários gêneros musicais”, arrisca o jornalista André Barcinski.

Mas isso são só suposições. De certo mesmo só que o próprio Barcinski afirma: “Os Ramones faziam os shows mais divertidos do mundo. Fazem muita falta”.

Além de Joey, também são falecidos outros dois integrantes da formação original dos Ramones: o baixista Dee Dee, de overdose em 2002; e o guitarrista Johnny, de câncer em 2004.


Resenha: Burguesia (Cazuza)


E ai exagerados, tudo bem com vocês? Hoje na nossa análise, vamos ver ele, o "Burguesia". 4° álbum solo do cantor e compositor brasileiro Agenor de Miranda Araújo Neto, ou simplesmente, Cazuza.

Cara, pessoalmente, eu acho esse álbum o melhor dele. A sonoridade e profundidade de algumas letras são de emocionar qualquer um. Ele foi gravado quando o estado de saúde de Cazuza já estava bem zoado, tendo que em algumas músicas, gravar deitado devido a fraqueza que sentia por causa da AIDS. Inclusive esse álbum foi o que ele utilizou mais backing vocals, devido a voz já zuada e tals.

O álbum abre com a maravilhosa "Burguesia" que lança críticas a elite brasileira e o abandono da mesma para com a população. A batida dessa música é sensacional e cativante. Com trechos memoráveis como "As pessoas vão ver que estão sendo roubadas/Vai haver uma revolução/Ao contrário da de 64/Vamos pegar o dinheiro roubado da burguesia/Vamos pra rua!" ou até "Enquanto houver burguesia/não vai haver poesia". Enfim, hino de qualquer "anti-burguês".

O álbum segue com "Nabucodonosor" que é bastante intrigante e meio "sem sentido" para alguns. Mas, ao meu ver, ela tem total sentido. Nessa canção Cazuza tenta expressar seu "contentamento" com a doença. Dado versos como "Agora eu acredito/em reincarnação/e também que a morte/não é assim tão ruim não.". Ah, sem falar no maravilhoso solo no final.

Depois vem "Tudo é Amor" que.. que.. ah, o nome já diz tudo. Tudo é amor!. Seguindo vem uma das minhas favoritas, "A Garota de Bauru", que fala de uma garota que mora em Bauru (ah vá) que o Cazuza comeu conheceu. Bem agradável de se ouvir e com versos legais e pegajosos. Adoro ela.

A 5° música, "Eu Agradeço", é bem legal. É outra que entra para o clube das profundas apesar de ter uma batida agitada. Ao meu ver, ela fala da falta de fé de Cazuza em sua recuperação e já esperando a morte. Seguindo vem "Eu quero Alguém", mostrando que mesmo no leito de morte, Cazuza, transão como era, queria alguém pra comer ficar.

"Baby Lonest", "Como já dizia Djavan" e "Perto do Fogo" talvez sejam as que eu menos simpatizo. Mas elas não são ruins, questão de gosto mesmo. Talvez porque as melhores estejam por vir. Pois a sequencia de músicas com letras profundas e tocantes começa com "Cobaias de Deus". Puta que pariu, o que falar dessa canção? Simplesmente perfeita. Faz chorar escutar essa música. Trechos como "Se você quer saber como eu me sinto/ vá a um laboratórios com labirintos" e "Meu pai e minha mãe/ estou com medo/eles vão deixar/ a sorte me levar" me faz pensar como foi difícil para ele, ali, deitado na cama de hospital esperando a morte, sem poder fazer nada. Pensar em como foi angustiante.. E o pior é que depois dela vem "Mulher Sem Razão", "Por Quase um Segundo", "Filho Ùnico", "Preconceito", "Esse Cara", "Azul e Amarelo", "Cartão Postal", "Manhatã", "Bruma" e "Quando Eu Estiver Cantando" e cara, falar delas é algo impossível. O sentimento que elas passam não pode ser descrito. Só ouvindo, e é esse o dever de casa de vocês! Vou deixar o link para download do álbum, o resto é com vocês! Abraços e até a próxima, vida longa ao rock n roll!

Faixas:

1. Burguesia
2. Nabucodonosor
3. Tudo É Amor
4. Garota de Bauru
5. Eu Agradeço
6. Eu Quero Alguém
7. Baby Lonest
8. Como Já Dizia Djavan
9. Perto do Fogo
10. Cobaias de Deus
11. Mulher Sem Razão
12. Quase Um Segundo
13. Filho Único
14. Preconceito
15. Esse Cara
16. Azul e Amarelo
17. Cartão Postal
18. Manhatã
19. Bruma
20. Quando Eu Estiver Cantando

Link para download


Músicas para ouvir e refletir #2

Nossa segunda edição do Músicas para ouvir e refletir. Se você ainda não viu a primeira, larga de ser vacilão e clica aqui.

10 - O Brasil vai ensinar o mundo - Cazuza
09 - Vagalumes Cegos - Cícero
08 - Angra dos Reis - Legião Urbana
07 - Down em mim - Barão Vermelho
06 - Comfortably Numb - Pink Floyd
05 - Is this love? - Whitesnake
04 - Call me back - The Strokes
03 - Wanted Dead or Alive - Bon Jovi
02 - Monte Castelo - Legião Urbana
01 - Idelogia - Cazuza

Top 10 Cazuza


Puta que pariu. É, eu sei, Faz tempo pra caralho que não tem post. Mas relaxem, aos poucos vai voltar ao normal. Assim espero né. Pra me desculpar hoje vai ter lista! E pra coroar a volta, só música boa, e o melhor, brasileira! Então sossega ai a pitoca, relaxa, aumenta o som e vamos cair no rock! Ah e as músicas não estão em ordem de importância. Então é só clicar no play e curtir a boa música brasileira.

10 - Burguesia

09 - Vida Louca Vida

08 - Obrigado

07 - Vai a Luta

06 - Ideologia

05 - Codinome Beija-Flor


04 - Exagerado

03 - Porque a gente é assim?

02 - Brasil

01 - Faz Parte Do Meu Show


Bônus



 


Novidades

Salve galera! Então, andei sumido. Mas por um ótimo motivo. Nesses dias sem atualizações, conversei como o Anderson do Frango Nerd e, chegamos a um acordo. Agora, faço parte da equipe de colunistas do blog. Então, além de me ver por aqui, também poderá acompanhar por lá! Porém o tempo irá ficar um pouco mais curto, mas não pretendo parar de postar aqui! Enfim, é tudo. Abraços!